top of page

6 ÓTIMOS musicais, na Netflix, para aquecer seu coração em um domingo de inverno

  • Foto do escritor: Ricardo Sodré
    Ricardo Sodré
  • 25 de mai. de 2018
  • 6 min de leitura

Atualizado: 27 de dez. de 2018


cena de La Llamada

Divertidos e leves, os musicais são um dos gêneros mais antigos no audiovisual, e ao passo de que temos clássicos maravilhosos: The Rocky Horror Picture Show, Grease, Rent, Moulin Rouge, West Side Story, Chicago, Hairspray etc, partes essenciais da cultura pop, referenciados até hoje por qualquer obra que se preze. As novas gerações, no entanto, infelizmente não desenvolveram uma boa relação com gênero e apesar de algumas tentativas, como Mamma Mia, um ou outro remake televisivo e o surpreendente sucesso do recente La La Land, é verdade que no mainstream, o gênero foi reduzido à produções originais Disney Channel, que amávamos quando éramos mais novos, mas venhamos e convenhamos, não são grandes exemplos de qualidade.


E eu confesso, sinceramente, que tenho o pé atrás com quem não gosta de musicais, eu acho que não tem nada que represente melhor a humanidade que música, e ver isso traduzido para obras audiovisuais é uma experiência enriquecedora. Lógico, que o gênero pede que você abrace o absurdo, o lúdico, esqueça as limitações da realidade, e aceite que pessoas podem cantar os seus sentimentos e pronto. Engraçado, que quando se é mais novo, isso é muito mais fácil de aceitar, mas com a idade chegando, ficamos mais chatos.


E por isso eu tô aqui para colocar um pouco mais de música na vida de vocês, isso porque o cenário mais alternativo ainda investe bastante no gênero, e graças à Netflix, o acesso à essas obras é facilitado. Ou seja, pega a coberta, chama aquele chamego, pega uma pipoca, e vamos ver os musicais que conseguimos garimpar no streaming. E ah, essa lista está em ordem de preferência, tá? Do que menos gosto, para o que amo de paixão (e é essa mesmo a escala).


6. OPENING NIGHT

trailer do filme


O filme que tem sua trama contada em tempo real, é uma uma comédia centrada em um fracassado cantor da Broadway, que se transformou em um amargurado gerente de produção, se vê tendo que fazer de tudo para salvar o show na noite de abertura, lidando com sua excêntrica equipe e elenco.


Escorado numa boa comédia de erros, Opening Night subverte os musicais mostrando justamente como são os bastidores desses, e já adianto: é caótico. E apesar de ter uma falha de ritmo - o que é compreensível, dado a proposta - é bem interessante, e mostra uma outra ótica do que são os musicais.


5. SIDE EFFECTS

cena do musical


Esse musical está aqui para provar o poder de uma boa edição, já que era uma websérie, dessas do Youtube mesmo, que acabou tendo suas duas temporadas transformadas em um filme, e não é que deu certo? A narrativa conta a história de Whitney (a ótima Meg DeLacy, de The Fosters), que vê muito da vida através de alucinações musicais, que tenta sobreviver ao ensino médio, e principalmente, à seus irmãos briguentos que passam a viver sozinhos, depois que seu pai desaparece misteriosamente.


Com nomes que já vimos aqui e ali, e todos muito promissores na indústria do entretenimento, o filme é divertido, com ótimas performances, e apesar do enfoque na adolescência, trata de temas bem interessantes, e quem curte musicais, vale a pena assistir. É muito importante que saibam reconhecer que a questão aqui é a leveza, e não complexidade da trama, ou algo assim. É uma boa farofa pura.


4. LOVESTRUCK, THE MUSICAL.

cena do musical


Esse é talvez, o nome mais próximo do mainstream que vamos encontrar nessa lista, Lovestruck, The Musical é um filme feito para emissora Freeform - é, aquela mesmo do grupo ABC, ou seja, da Disney, e por isso, tem uns nomes conhecidos. A produção, conta a história de Harper Hutton (Jane Seymour/Chelsea Kane) que ao descobri uma poção que a rejuvenesce, decide atrapalhar o casamento da filha Mirabella (Sara Paxton), o qual ela é contrária, e para isso, vai seduzir o noivo da filha.


Eu preciso dizer mais alguma coisa? Olha só que vontade de assistir esse filme com um pote de brigadeiro de colher do lado? Engraçado, com performances ótimas, um roteiro consistente e um elenco afiado - inclusive, conta com Drew Selley (o ator/cantor, que dublava as músicas do Zac Efron no primeiro High School Musical) e Adrienne Balon (conhecida de The Cheetah Girls).


3. LA LLAMADA

teaser de La Llamada


La Llamada, pra mim, já deveria ser considerado um clássico, baseado na peça de Javier Ambrossi - e com roteiro assinado por este e Javier Calvo, e direção de ambos também, o filme é uma delícia, provocador no tom certo, inteligente, veranil, uma boa homenagem aos clássicos musicais. Com as atrizes da peça, vemos elas muito confortáveis com seus papéis, e traz naturalidade certeira para a obra. A produção, que soa quase como um grito de emancipação feminina e LGBT, em nenhum momento precisa recorrer ao didatismo (o que não é nenhum problema, desde que não excessivo) e tornar o filme sobre a mensagem que quer passar. E isso, é mérito de bons contadores de história.


História essa, que acompanha María e Susana, duas adolescentes rebeldes de 17 anos, que estão passando o verão em um acampamento católico, La Brújula (A Bússola), e que tem como hábito transgredir as regras do acampamento, em tese, conservador. Fãs de música eletrônica, as duas meninas formam um duo chamado Suma Latina e são inseparáveis, mas estranhas aparições de Deus cantando sucessos de Whitney Houston, passam a afetar profundamente María. Isso que as meninas ficam de castigo no acampamento, e só ficam as duas, e duas freiras que servem de guias para as descobertas de ambas meninas.


Atual, debochado, bem produzido, bem atuado, inteligente. Só tenho elogios, então aproveita esse final de semana, e corre para assistir!


2. EMO, THE MUSICAL

Jesus teria sido um emo? - uma das melhores cenas do musical

Do roteirista e diretor Neil Triffett, e baseado no curta de mesmo nome, o filme feito com a famosa vaquinha online, chegou inclusive a percorrer o cenário cult, sendo exibido em alguns festivais. A trama australiana conta a história de Ethan (Benson Jack Anthony), que muda de escola depois de uma tentativa falha de suicídio, e espera se juntar à banda emo de sua nova escola, a Worst Day Ever (“pior dia de todos”), como guitarrista. No entanto, Ethan conhece Trinity (Jordan Hare), que faz parte do grupo musical religioso da escola, rival da banda, e acaba se apaixonando por ela.


Dá vontade de rir só com essa sinopse, né? E já aviso, o filme mesmo só vai aumentar essa vontade. Com críticas interessantes, uma trama que abusa bem dos seus esteriótipos e nisso, soa quase como uma sátira, ao mesmo tempo homenageia o estilo emo dos anos 2000. Nas músicas, eu destaco aqui, a excelente Would Jesus? (que encabeça o post) e Electrified. Na primeira Trinity tenta criar um paralelo para seu grupo da Igreja, de Jesus com os emos; na segunda, temos um dueto de dois rapazes que vivem uma paixão proibida, já que um dos envolvidos também é da Igreja, e se pune com choques para controlar seus impulsos homoafetivos.


Se vocês assistirem ambas sequências musicais, e não se interessarem na hora, sinto muito mas não tem mais nada que eu possa dizer para convencer vocês à assistir essa produção. Mas olha, é uma perda bem grande.


1. SING STREET

uma das cenas do filme


O nome mais bem sucedido, do ponto de vista da crítica especializada, dirigido e roteirizado pelo atual grande nome dos musicais atuais, John Carney (você quer, Damien Chazelle?), que tem na sua filmografia, o excelente Once e o não tão excelente Begin Again. Tendo sido, como eu já disse, bem aceito pela crítica, o filme chegou a concorrer ao Globo de Ouro, na categoria de "melhor filme de comédia ou musical" (e eu nunca vou entender qual é a dessa categoria que mistura musical e comédia).


Na Irlanda dos anos 80, a narrativa gira em torno de Conor (Ferdia Walsh-Peelo), um jovem de dezesseis anos, cujo os pais estão enfrentando dificuldades financeiras e o transferem para uma escola católica mais barata - o que é basicamente, o medo de qualquer adolescente. Na frente desse novo colégio, ele acaba conhecendo Raphina (Lucy Boynton) uma jovem modelo para quem diz ter uma banda a fim de impressioná-la. Agora, o garoto vai ter que formar a dita banda e elaborar algumas canções para conseguir conquistar a jovem, projeto que acaba ganhando outras proporções, em virtude do talento de seus integrantes.


O que é mais interessante aqui, é a que o filme consegue construir uma trama que nos leva imediatamente, para a época e o lugar que quer. Não tem como não se sentir nos anos 80, quando o que os jovens queriam era transgredir as regras, e viam no rock, essa possibilidade. E essa associação é certeira. Rock é transgressão dos valores morais e éticos, e talvez por isso, esse filme seja o que tem o tom mais sério da nossa lista. E vale muito a pena ver, perfeito na sua simplicidade, e com uma trilha sonora incrível que eu sei que vocês vão ficar ouvindo por um bom tempo - felizmente, o filme tem sua trilha sonora nos sites de streaming.


E galera, terminamos aqui mais uma lista, e eu só posso concluir dizendo que vale a pena, se entregar aos musicais, se deixar levar por universos mais leves, em que sonho e realidade se misturam. Histórias que nos tiram um pouco da seriedade que o dia-a-dia anda demandando de nós. É como diz o ditado popular (os memes do passado): quem canta os males espanta, e deus sabe, temos muito o que espantar ultimamente.


Comments


  • Black Facebook Icon
  • Black Twitter Icon
  • Black Instagram Icon

© 2023 por Pausa, Rebobina e Play. 

bottom of page